28 de dezembro de 2011

APOSTILA DOS COROINHAS CAP. 18

Capítulo 18 -- Celebração Eucarística parte por parte

Parte 1 

Ritos Inicias 

Quando os fieis estiveram reunidos, uma pessoa devidamente preparada (comentarista) acolhe os participantes, dá-lhes as boas-vindas e diz, em breves palavras o motivo da celebração.

Procissão e Canto de Entrada: o canto deve expressar a alegria de quem vai participar da Eucaristia, e precisa levar em conta as características do tempos litúrgicos (advento, natal, quaresma, etc.) , e o tipo de assembléia  (há significativa diferença entre uma missa com adultos, às 7:00 horas da manhã, e uma missa com crianças às 10:00 horas !). De preferência se faça a procissão pelo corredor central da igreja. Os coroinhas vão à frente do presidente da celebração.


Quando se utiliza o incenso, o padre incensa o altar e a cruz (cf. 8º encontro)

Saudação do Presidente da Celebração: o presidente da celebração começa a fazendo o sinal-da-cruz, pronunciando (ou cantando) as palavras Em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. É importante que quem preside de ênfase a esta saudação a fim de que as palavras expressem, o que na realidade contêm, ou seja, que todos estão ali reunidos em nome da Trindade.

Ato Penitencial: os membros da assembléia, pelo ato penitencial, expressam sua franqueza, fazem um ato de humildade e invocam o perdão e a ajuda de Deus, a fim de poder ouvir com maior proveito sua Palavra e comungar mais dignamente o Corpo e Sangue de Cristo.

Glória: é um antiguíssimo e venerável hino com que a Igreja, congrega no Espírito Santo, glorifica a Deus Pai e o Cordeiro e lhes apresenta suas súplicas. E um cântico
completo, no qual há louvor, entusiasmo, “ um cântico transbordante de alegria, confiança, humildade, e que dá ao inicio da Eucaristia um tom de festividade: o olhar da comunidade está posto na glória de Deus” (Dionísio Borobio. A Celebração na Igreja – 2. Os Sacramentos). Por isso, os novos tempos para ser cantados devem respeitar seu conteúdo original, ou seja, o aspecto trinitario.Não é porque um canto contém a palavra  “Glória” que serve para o Hino de Louvor !

Oração Inicial: é a primeira oração, que se recolhe, sintetiza, reúne (coleta) as motivações, os sentimentos da assembléia.Sua função é dar sentido as celebração do dia.

Terminada a oração da coleta , o (a) comentarista convida a assembléia a sentar-se para ouvir para ouvir a Palavra de Deus. 

Parte 2

Liturgia da Palavra
As Leituras: as leituras previstas para a celebração dominical são três (exceto missas com crianças), mais o salmo responsorial . A leitura do Evangelho constitui o ponto culminante da liturgia da Palavra, por isso sua proclamação é cercada de gestos de apreço, como a aclamação, e nas celebrações solenes, a procissão com o evangeliário, o uso de velas acesas e o incenso.
                                                Algumas Observações Práticas  
1.As pessoas convidadas a proclamar as leituras tenham o cuidado de preparar bem a leitura (treinar antes), para evitar o inconveniente de palavras mal pronunciadas ou trocadas, prejudicando assim o sentido do texto. Os leitores saibam que são porta-vozes de Deus, daí a necessidade de aplicar todo o empenho a fim de caprichar na proclamação. Deus expressa seus sentimentos através dos nossos.
2. Os leitores apresentam-se com roupas convenientes e, durante a proclamação, mantenham postura normal, nem rígido, nem relaxado. Leiam devagar, em, tom suficiente alto, pronunciando bem as palavras.
3. No final da primeira e da segunda leitura, quem lê conclui, dizendo simplesmente Palavra do Senhor (no singular e não no plural “Palavras do Senhor” ou “Está é a palavra do Senhor”). A mesma observação vale para o final da proclamação do Evangelho: Palavra da Salvação.
4. Por vezes aparecem membros da equipe da liturgia perguntando se podem substituir alguma leitura (ou o salmo responsorial) por outro texto que não seja da Bíblia . Os textos oficiais da Igreja  e o bom senso pedem que a palavra de Deus não seja substituída por outras leituras, em  por textos de concílios, sínodos ou assembléias episcopais (cf. 3ª Instrução. Nº 2.)
5. Pra a proclamação da Palavra sejam utilizados os livros litúrgicos apropriados: Lecionários, Evangeliário ou a Bíblia.
Parte 3
Homilia: é uma conversa familiar com a finalidade de aplicar a mensagem de Deus à realidade da assembléia. Ao mesmo tempo que mostra Deus agindo em nossa vida, oferecendo sua salvação, a homilia, nos convida a converter-nos, a voltar-nos cada vez mais para os caminhos de Deus.
O Documento de Puebla afirma que a “homilia é ocasião privilegiada para se expor o ministério de Cristo no aqui e agora da comunidade, partindo dos textos sagrados, relacionando-os com o sacramento (Eucaristia) e aplicando-os à vida concreta” (nº 930)   
Profissão de Fé: é a adesão dos fieis à Palavra de Deus ouvida nas leituras e na homilia. O Creio é um conjunto estruturado de artigos de fé, uma espécie de resumo da fé crista. Existem dois textos: um, mais longo chamado niceno-constatinonopolitano, porque foi fruto dos concílios de Nicéia (ano 325) e Constantinopla (ano 381). O outro, mais breve e mais utilizado de redação simples e popular, é conhecido como Símbolo dos Apóstolos.
Oração dos Fieis: (ou oração universal), assim é chamada por incluir os grandes temas da oração cristã de pedido: pelas necessidades da igreja, pelos governantes e a salvação do mundo; pelos oprimidos, pela comunidade local.
“A comunidade cristã reunida em assembléia sagrada, exercendo de maneira relevante seu sacerdócio batismal, pede a Deus que a salvação que se acaba de proclamada se torne realidade na Igreja, no mundo, nos que sofrem e nessa mesma assembléia” (CELAN, A Celebração da Eucaristia).
Com a oração dos fieis termina a liturgia da palavra e começa a liturgia eucarística.
Parte 4
Liturgia Eucarística
Há um vinculo muito estreito entre a Liturgia da palavra e a Liturgia eucarística: as duas partes, ou melhor,, as duas mesas formam uma unidade, que é a celebração eucarística. Santo Agostinho afirmava: “Bebe-se o Cristo do cálice das Escrituras como o cálice da Eucaristia”. É O Cristo-palavra que se faz Eucaristia.
Preparação e apresentação das oferendas: os dons apresentados, pão, vinho e água são: “frutos da terra e do trabalho humano”, que vão se tornar o corpo e o sangue de Cristo.
Desde os primeiros tempos da Igreja se costumava misturar um pouco de água com o vinho. Simboliza a incorporação (união) da humanidade a Jesus.
Nesse momento, a assembléia normalmente realiza a coleta do dinheiro e outros donativos e os leva em procissão  até o altar, juntamente com o pão e o vinho. Esse gesto deve ser a expressão sincera de comunhão e solidariedade das pessoas que põem em comum o que possuem para partilhar, conforme a necessidade dos irmãos e para atender as necessidades da própria comunidade.
O presidente da celebração, após a apresentação das oferendas (incensação, quando houver) lava as mãos. A esse rito dá-se o nome de lavabo e tem finalidade simbólica. Exprime, para o sacerdote, o desejo  de estar totalmente purificado antes de iniciar a oração eucarística, que é o ponto culminante de toda a celebração. Recomenda-se utilizar um belo recipiente e água abundante na qual o sacerdote mergulha as mãos , e uma toalha decente. Afinal, é importante salientar os sinais.
Oração eucarística
É o ponto central  e parte culminante de toda a celebração.Destacam-se os seguintes pontos:
Prefácio: é um canto de agradecimento e louvor a Deus por toda a obra da salvação ou por um de seus aspectos. Conclui-se com o canto do Santo.
Invocação do Espírito Santo: (epiclese). O padre estende as mãos sobre os dons e pede ao Pai que santifique as ofertas “derramando sobre elas o vosso Espírito a fim de que tornem para nós o Corpo e Sangue de Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso” (2 ª Oração Eucarística).
Narrativa da Instituição: o padre repete as palavras que Jesus pronunciou na ultima ceia, ao instituir a Eucaristia (“Estando para ser entregue, e abraçando livremente a paixão, ele tomou o pão, deu graças e o partiu e deu a seus discípulos...”) Depois consagra o vinho. Ao dizer o pão, o padre não deve partir o pão (a hóstia), que é um gesto próprio da  fração do pão, reservado portanto para imediatamente antes da comunhão.
Observação:Quando o padre ergue, a Eucaristia e depois o cálice, não está prevista nenhuma aclamação: os fieis acompanham em silêncio. Só após a consagração, quando o padre diz: “Eis o mistério da fé”, e que a assembléia aclama (ou canta), utilizando uma das formulas do Missal Romano. 
Oferecimento da Igreja e inovação do Espírito Santo: a Igreja oferece ao Pai, em ação de graças “o pão da vida e o cálice da salvação” (2ª Oração Eucarística) e pede que “sejamos repletos do Espírito Santo e nos tornemos em Cristo um só corpo e um só espírito” (3ª Oração Eucarística).
Intercessões: por meio delas se exprimem que a Eucaristia é celebrada em comunhão com toda a Igreja, tanto celeste como a terrestre (os santos, a Virgem Maria, os apóstolos e mártires..., o papa, o bispo diocesano, e os demais bispos, ministros e todo o povo de Deus), e se recordam os irmãos e irmãs falecidos.
Doxologia: (louvor final), o sacerdote eleva o pão e o vinho consagrados, corpo e o sangue do Senhor, por quem sobe ao Pai, na unidade do Espírito Santo , o louvor de toda a humanidade, enquanto pronuncia as palavras Por Cristo, com Cristo e em Cristo...  A assembléia aclama com solene Amém, de preferência cantado.
Parte 5  
Pai-nosso: é uma oração de passagem parara a comunhão. Ensinada por Jesus, esta oração resume os anseios mais profundos do ser humano, tanto em sua dimensão espiritual , quanto material.Quando se canta , tenha-se o cuidado de conservar a letra desta oração bíblica.
Gesto de Paz: mediante um aperto de mão, ou abraço ou beijo, expressamos nosso desejo da comunhão com os irmãos e irmãs e ao mesmo tempo incluímos um compromisso de lutar pela paz e a unidade no mundo inteiro. Cada um cumprimente os que estão ao seu redor.  
Fração do pão:o sacerdote, reproduzindo a ação de Cristo na última ceia, partiu o pão em vários pedaços. Este gesto significa que nós, sendo muitos, ela comunhão do único pão da vida, que é Cristo, formando um único corpo. Durante a fração do pão, a assembléia  canta ou recita Cordeiro de Deus. Ao partir o pão, o sacerdote coloca um pedacinho no cálice. A explicação mais simples para esse gesto é as duas espécies – pão e vinho (corpo e sangue de Cristo) – Forma uma unidade e fazem parte da mesma realidade: a pessoa de Jesus Cristo.
Comunhão: é o momento em que cada membro da assembléia estabelece intima união com Jesus. Alimenta-se do corpo e do sangue do Senhor.Vejo com alegria aumentar o numero de comunidades que distribuem a Eucaristia sob as espécies do pão e do vinho. Desse modo, fica  mais claro o sinal do banquete eucarístico. Após a comunhão, haja um instante de silêncio, a fim de que cada comungante se entretenha no dialogo com Jesus e pende nos compromissos que brotam da celebração.
Oração após a comunhão: o sacerdote implora os frutos da celebração eucarística e o povo confirma, respondendo amém.
Com esta oração, conclui-se a liturgia eucarística e se passa para os ritos finais.
Ritos Finais
Avisos: são importantes para alimentar a vida da comunidade. Evita-se, porem, a leitura de longa lista de comunicados : as pessoas se cansam e se desligam. Também é conveniente que somente uma pessoa (em geral o comentarista) se encarrega de dar os avisos. Se houver homenagens  (aniversários, bodas matrimoniais, dia das mães, etc..) é bom que sejam prestadas nesse momento.
Compromisso: o documento da CNBB. Animação da vida litúrgica no Brasil, vê utilidade em uma mensagem “na qual se exorta a comunidade a testemunhar no dia-a-dia a realidade celebrada”. Para isso, pode-se utilizar algum cartaz ilustrativo, ou uma frase resumindo a mensagem central da celebração, ou breve leitura de algum trecho  com o tema do dia... (cf.n. 43)
Bênção: simples ou solene. O Missal Romano traz muitas bênçãos solenes para os vários tempos litúrgicos e festas dos santos.
Despedida: é conveniente que as pessoas saiam da celebração cheias de esperança, animadas e decididas a dar testemunho do amor de Deus no meio da sociedade.
Após a despedida o presidente da celebração, não deveria haver preocupação em segurar as pessoas para o “canto final”. Considere interessante que os instrumentais e o grupo de cantores sustentem o canto, enquanto a assembléia se reúne cantando.

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