Capítulo 18 -- Celebração Eucarística parte por parte
Parte 1
Ritos Inicias
Quando os fieis estiveram reunidos, uma pessoa devidamente
preparada (comentarista) acolhe os participantes, dá-lhes as boas-vindas e diz,
em breves palavras o motivo da celebração.
Procissão e Canto de Entrada: o canto deve expressar
a alegria de quem vai participar da Eucaristia, e precisa levar em conta as
características do tempos litúrgicos (advento, natal, quaresma, etc.) , e o
tipo de assembléia (há significativa
diferença entre uma missa com adultos, às 7:00 horas da manhã, e uma missa com
crianças às 10:00 horas !). De preferência se faça a procissão pelo corredor
central da igreja. Os coroinhas vão à frente do presidente da celebração.
Quando se utiliza o incenso, o padre incensa o altar e a
cruz (cf. 8º encontro)
Saudação do Presidente da Celebração: o presidente da
celebração começa a fazendo o sinal-da-cruz, pronunciando (ou cantando) as
palavras Em Nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo. É importante que quem preside de ênfase a esta saudação a
fim de que as palavras expressem, o que na realidade contêm, ou seja, que todos
estão ali reunidos em nome da Trindade.
Ato Penitencial: os membros da assembléia, pelo ato
penitencial, expressam sua franqueza, fazem um ato de humildade e invocam o
perdão e a ajuda de Deus, a fim de poder ouvir com maior proveito sua Palavra e
comungar mais dignamente o Corpo e Sangue de Cristo.
Glória: é um antiguíssimo e venerável hino com que a
Igreja, congrega no Espírito Santo, glorifica a Deus Pai e o Cordeiro e lhes
apresenta suas súplicas. E um cântico
completo, no qual há louvor, entusiasmo, “ um cântico
transbordante de alegria, confiança, humildade, e que dá ao inicio da
Eucaristia um tom de festividade: o olhar da comunidade está posto na glória de
Deus” (Dionísio Borobio. A Celebração na Igreja – 2. Os Sacramentos). Por isso,
os novos tempos para ser cantados devem respeitar seu conteúdo original, ou
seja, o aspecto trinitario.Não é porque um canto contém a palavra “Glória” que serve para o Hino de Louvor !
Oração Inicial: é a primeira oração, que se recolhe,
sintetiza, reúne (coleta) as motivações, os sentimentos da assembléia.Sua
função é dar sentido as celebração do dia.
Terminada a oração da coleta , o (a) comentarista convida
a assembléia a sentar-se para ouvir para ouvir a Palavra de Deus.
Parte 2
Liturgia da Palavra
As Leituras: as leituras previstas para a celebração dominical são
três (exceto missas com crianças), mais o salmo responsorial . A leitura
do Evangelho constitui o ponto culminante da liturgia da Palavra, por isso sua
proclamação é cercada de gestos de apreço, como a aclamação, e nas celebrações
solenes, a procissão com o evangeliário, o uso de velas acesas e o incenso.
Algumas Observações Práticas
1.As pessoas convidadas a
proclamar as leituras tenham o cuidado de preparar bem a leitura (treinar
antes), para evitar o inconveniente de palavras mal pronunciadas ou trocadas,
prejudicando assim o sentido do texto. Os leitores saibam que são porta-vozes
de Deus, daí a necessidade de aplicar todo o empenho a fim de caprichar na
proclamação. Deus expressa seus sentimentos através dos nossos.
2. Os leitores apresentam-se
com roupas convenientes e, durante a proclamação, mantenham postura normal, nem
rígido, nem relaxado. Leiam devagar, em, tom suficiente alto, pronunciando bem as
palavras.
3. No final da primeira e da
segunda leitura, quem lê conclui, dizendo simplesmente Palavra do Senhor
(no singular e não no plural “Palavras do Senhor” ou “Está é a palavra do
Senhor”). A mesma observação vale para o final da proclamação do Evangelho: Palavra
da Salvação.
4. Por vezes aparecem membros
da equipe da liturgia perguntando se podem substituir alguma leitura (ou o
salmo responsorial) por outro texto que não seja da Bíblia . Os textos oficiais
da Igreja e o bom senso pedem que a palavra
de Deus não seja substituída por outras leituras, em por textos de concílios, sínodos ou
assembléias episcopais (cf. 3ª Instrução. Nº 2.)
5. Pra a proclamação da Palavra
sejam utilizados os livros litúrgicos apropriados: Lecionários, Evangeliário ou
a Bíblia.
Parte 3
Homilia: é uma conversa familiar com a finalidade de aplicar a
mensagem de Deus à realidade da assembléia. Ao mesmo tempo que mostra Deus
agindo em nossa vida, oferecendo sua salvação, a homilia, nos convida a
converter-nos, a voltar-nos cada vez mais para os caminhos de Deus.
O Documento de Puebla afirma que a “homilia é ocasião privilegiada para se
expor o ministério de Cristo no aqui e agora da comunidade, partindo dos textos
sagrados, relacionando-os com o sacramento (Eucaristia) e aplicando-os à vida
concreta” (nº 930)
Profissão de Fé: é a adesão dos fieis à Palavra de Deus ouvida
nas leituras e na homilia. O Creio é um conjunto estruturado de artigos de fé,
uma espécie de resumo da fé crista. Existem dois textos: um, mais longo chamado
niceno-constatinonopolitano, porque foi fruto dos concílios de Nicéia (ano 325)
e Constantinopla (ano 381). O outro, mais breve e mais utilizado de redação
simples e popular, é conhecido como Símbolo dos Apóstolos.
Oração dos Fieis: (ou oração universal), assim é chamada por
incluir os grandes temas da oração cristã de pedido: pelas necessidades da
igreja, pelos governantes e a salvação do mundo; pelos oprimidos, pela
comunidade local.
“A comunidade cristã reunida em assembléia sagrada, exercendo de maneira
relevante seu sacerdócio batismal, pede a Deus que a salvação que se acaba de
proclamada se torne realidade na Igreja, no mundo, nos que sofrem e nessa mesma
assembléia” (CELAN, A Celebração da Eucaristia).
Com a oração dos fieis termina a liturgia da palavra e começa a liturgia
eucarística.
Parte 4
Liturgia Eucarística
Há um vinculo muito estreito entre a Liturgia da palavra e a Liturgia
eucarística: as duas partes, ou melhor,, as duas mesas formam uma unidade, que
é a celebração eucarística. Santo Agostinho afirmava: “Bebe-se o Cristo do
cálice das Escrituras como o cálice da Eucaristia”. É O Cristo-palavra que se
faz Eucaristia.
Preparação e apresentação das oferendas: os dons apresentados,
pão, vinho e água são: “frutos da terra e do trabalho humano”, que vão se
tornar o corpo e o sangue de Cristo.
Desde os primeiros tempos da Igreja se costumava misturar um pouco de água
com o vinho. Simboliza a incorporação (união) da humanidade a Jesus.
Nesse momento, a assembléia normalmente realiza a coleta do dinheiro e
outros donativos e os leva em procissão
até o altar, juntamente com o pão e o vinho. Esse gesto deve ser a
expressão sincera de comunhão e solidariedade das pessoas que põem em comum o
que possuem para partilhar, conforme a necessidade dos irmãos e para atender as
necessidades da própria comunidade.
O presidente da celebração, após a apresentação das oferendas (incensação,
quando houver) lava as mãos. A esse rito dá-se o nome de lavabo e tem
finalidade simbólica. Exprime, para o sacerdote, o desejo de estar totalmente purificado antes de
iniciar a oração eucarística, que é o ponto culminante de toda a celebração.
Recomenda-se utilizar um belo recipiente e água abundante na qual o sacerdote
mergulha as mãos , e uma toalha decente. Afinal, é importante salientar os
sinais.
Oração eucarística
É o ponto central e parte culminante
de toda a celebração.Destacam-se os seguintes pontos:
Prefácio: é um canto de agradecimento e louvor a Deus por toda
a obra da salvação ou por um de seus aspectos. Conclui-se com o canto do Santo.
Invocação do Espírito Santo: (epiclese). O padre estende as
mãos sobre os dons e pede ao Pai que santifique as ofertas “derramando sobre
elas o vosso Espírito a fim de que tornem para nós o Corpo e Sangue de Jesus
Cristo, vosso Filho e Senhor nosso” (2 ª Oração Eucarística).
Narrativa da Instituição: o padre repete as palavras que Jesus
pronunciou na ultima ceia, ao instituir a Eucaristia (“Estando para ser
entregue, e abraçando livremente a paixão, ele tomou o pão, deu graças e o partiu
e deu a seus discípulos...”) Depois consagra o vinho. Ao dizer o pão, o
padre não deve partir o pão (a hóstia), que é um gesto próprio da fração do pão, reservado portanto para
imediatamente antes da comunhão.
Observação:Quando o padre ergue, a Eucaristia e depois o cálice, não está
prevista nenhuma aclamação: os fieis acompanham em silêncio. Só após a
consagração, quando o padre diz: “Eis o mistério da fé”, e que a assembléia
aclama (ou canta), utilizando uma das formulas do Missal Romano.
Oferecimento da Igreja e inovação do Espírito Santo: a Igreja
oferece ao Pai, em ação de graças “o pão da vida e o cálice da salvação” (2ª
Oração Eucarística) e pede que “sejamos repletos do Espírito Santo e nos
tornemos em Cristo um só corpo e um só espírito” (3ª Oração Eucarística).
Intercessões: por meio delas se exprimem que a Eucaristia é
celebrada em comunhão com toda a Igreja, tanto celeste como a terrestre (os
santos, a Virgem Maria, os apóstolos e mártires..., o papa, o bispo diocesano,
e os demais bispos, ministros e todo o povo de Deus), e se recordam os irmãos e
irmãs falecidos.
Doxologia: (louvor final), o
sacerdote eleva o pão e o vinho consagrados, corpo e o sangue do Senhor, por
quem sobe ao Pai, na unidade do Espírito Santo , o louvor de toda a humanidade,
enquanto pronuncia as palavras Por Cristo, com Cristo e em Cristo... A assembléia aclama com solene Amém, de
preferência cantado.
Parte 5
Pai-nosso: é uma oração de passagem parara a comunhão.
Ensinada por Jesus, esta oração resume os anseios mais profundos do ser humano,
tanto em sua dimensão espiritual , quanto material.Quando se canta , tenha-se o
cuidado de conservar a letra desta oração bíblica.
Gesto de Paz: mediante um aperto de mão, ou abraço ou beijo,
expressamos nosso desejo da comunhão com os irmãos e irmãs e ao mesmo tempo
incluímos um compromisso de lutar pela paz e a unidade no mundo inteiro. Cada
um cumprimente os que estão ao seu redor.
Fração do pão:o sacerdote, reproduzindo a ação de Cristo na
última ceia, partiu o pão em vários pedaços. Este gesto significa que nós,
sendo muitos, ela comunhão do único pão da vida, que é Cristo, formando um
único corpo. Durante a fração do pão, a assembléia canta ou recita Cordeiro de Deus. Ao
partir o pão, o sacerdote coloca um pedacinho no cálice. A explicação mais
simples para esse gesto é as duas espécies – pão e vinho (corpo e sangue de
Cristo) – Forma uma unidade e fazem parte da mesma realidade: a pessoa de Jesus
Cristo.
Comunhão: é o momento em que cada membro da assembléia
estabelece intima união com Jesus. Alimenta-se do corpo e do sangue do
Senhor.Vejo com alegria aumentar o numero de comunidades que distribuem a
Eucaristia sob as espécies do pão e do vinho. Desse modo, fica mais claro o sinal do banquete eucarístico.
Após a comunhão, haja um instante de silêncio, a fim de que cada comungante se
entretenha no dialogo com Jesus e pende nos compromissos que brotam da
celebração.
Oração após a comunhão: o sacerdote implora os frutos da
celebração eucarística e o povo confirma, respondendo amém.
Com esta oração, conclui-se a liturgia eucarística e se passa para os
ritos finais.
Ritos Finais
Avisos: são importantes para alimentar a vida da comunidade.
Evita-se, porem, a leitura de longa lista de comunicados : as pessoas se cansam
e se desligam. Também é conveniente que somente uma pessoa (em geral o
comentarista) se encarrega de dar os avisos. Se houver homenagens (aniversários, bodas matrimoniais, dia das
mães, etc..) é bom que sejam prestadas nesse momento.
Compromisso: o documento da CNBB. Animação da vida
litúrgica no Brasil, vê utilidade em uma mensagem “na qual se exorta a
comunidade a testemunhar no dia-a-dia a realidade celebrada”. Para isso,
pode-se utilizar algum cartaz ilustrativo, ou uma frase resumindo a mensagem
central da celebração, ou breve leitura de algum trecho com o tema do dia... (cf.n. 43)
Bênção: simples ou solene. O Missal Romano traz muitas bênçãos
solenes para os vários tempos litúrgicos e festas dos santos.
Despedida: é conveniente que as pessoas saiam da celebração
cheias de esperança, animadas e decididas a dar testemunho do amor de Deus no
meio da sociedade.
Após a despedida o presidente da celebração, não deveria haver
preocupação em segurar as pessoas para o “canto final”. Considere interessante
que os instrumentais e o grupo de cantores sustentem o canto, enquanto a
assembléia se reúne cantando.
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