Capítulo 16 – Os
Sacramentos
Os sacramentos da Nova Lei
foram instituídos por Cristo e são em números de sete, a saber: o Batismo, a
Confirmação, a Eucaristia, a Penitência, a Unção dos Enfermos, a Ordem e o
Matrimônio. Os sete sacramentos têm a ver com todas as fases e momentos
importantes da vida do cristão: conferem nascimento e crescimento, cura e
missão à fé dos cristãos. Existe uma certa semelhança entre as fases da vida
natural e as da vida espiritual. (CIC, 1210)
(…) A Eucaristia ocupa um lugar
único, como «sacramento dos sacramentos»: " Todos os outros sacramentos
estão ordenados para este, como para o seu fim". (S. Tomás de Aq., ib., 3, 65, 3). (CIC, 1211)
Batismo
Os momentos da celebração do
sacramento do Batismo são os seguintes :
v Ritos e introdução, com o sinal
da cruz ;
v Liturgia da palavra e preces da
comunidade ;
v Unção com o óleo dos catecúmenos;
v Benção da água;
v Profissão de fé e promessas;
v Batismo propriamente dito;
v Unção com o óleo da Crisma;
v Entrega da vela e ritos finais.
Penitência ou Reconciliação
Durante sua vida, Jesus, em sua bondade e misericórdia,
perdoou muitos pecados, por ser Deus, oferecendo a quem caia no erro a
possibilidade de reconciliar-se com o Pai e de voltar à amizade de Deus.
A Penitência ou Reconciliação é a cura da doença do
pecado. É Deus e a comunidade que nos perdoam. Para alcançar o perdão dos
pecados, é preciso, em primeiro lugar, arrepender-se das faltas cometidas:
depois, confessá-las ao sacerdote que, em nome de Deus, pode conceder-nos o
perdão, a reconciliação com Deus e com os irmãos, sugerindo-nos fazer algumas
orações.
Assim, são cindo os principais momentos da reconciliação:
v
Exame de Consciência: necessário para verificar
o que houve de errado depois da última confissão;
v
Arrependimento
ou dor pelos pecados, pois ofendemos o Pai que tanto nos quer;
v
Firme propósito de não repetir os mesmos erros,
com boa vontade e com a ajuda de Deus;
v
Confissão dos pecados ao representante de Jesus,
com humildade e confiança;
v
Penitência, isto é, algumas orações que o padre
nos sugere fazer para nossa reconciliação com Deus.
Todos os fieis devem confessar-se com certa
freqüência.Mas os coroinhas, que servem
Jesus mais de perto, precisam guardar seu coração sempre
limpo, reconciliando-se todas as vezes que necessitarem do perdão de Deus.
Seria bom que você, coroinha,
tivesse um diretor espiritual, quer dizer, alguém a quem pedir conselhos em
caso de duvidas, mesmo fora da confissão.
Eucaristia (Missa)
Considera-se a Eucaristia s celebração central de toda a
liturgia, porque relembra a Páscoa de Cristo, tomando-a presente entre nós.E na
Eucaristia que Jesus se dá a nós em alimento na forma de pão e vinho,
simbolizando a própria alimentação da vida cristã.
Durante esta celebração litúrgica, o coroinha presta seu
serviço devoto a atento de modo especial.E claro que a missa é muito importante
para todos os cristãos, mas o coroinha deve sentir-se privilegiado nessa
celebração, porque participa de forma especial.
Jesus, que está sempre no meio de nós, torna-se presente
de modo real na missa quando:
v
A comunidade de fieis se reúne em seu nome sob a
presidência do sacerdote;
v
É proclamada e ouvida a Palavra de Deus;
v
O pão e o vinho se tornam o Corpo e Sangue de
Cristo;
Você pode perceber agora como é importante a celebração
da missa e como é indispensável participar dela pelo menos nos domingos, pois
nos comunicamos diretamente com Jesus. Da missa todos tornam parte ativamente:
v
O Sacerdote dirige a comunidade dos fieis;
v
O coroinha serve Jesus ao redor do altar;
v
O coral canta musicas apropriadas para a
ocasião;
v
Os leitores proclamam a Palavra de Deus;
v
O povo presta atenção ao que dizem o sacerdote e
os leitores, acompanha e participa das orações – fazendo sua ação de graças e
seus pedidos -- e cantam.
Pra que você compreenda melhor todo o ritual da missa,
vamos dividi-la em 5 partes, que serão explicadas a seguir:
v
Ritos de introdução;
v
Liturgia da palavra;
v
Liturgia eucarística;
v
Ritos de comunhão;
v
Ritos de conclusão.
Ritos de Introdução
A finalidade dos
ritos de introdução é fazer com que os fieis se sintam unidos para formar uma
só comunidade, uma só assembléia, dispondo seu coração a sua mente para receber
a Palavra de Deus e celebrar dignamente a Santa Eucaristia.
Enquanto o povo canta o “canto de entrada” uma pequena
procissão sai da sacristia ou do fundo da nave da igreja e vai para presbitério
(altar). Tomam parte dela os coroinhas e o padre (há missas rezadas por mais de
um padre).
Diante da mesa do altar, o celebrante venera a cruz, que
é o símbolo de Cristo, com uma reverência e um beijo sobre a mesa a mesa.E,
diante do sacrário, todos fazem genuflexão, adorando Jesus na Eucaristia.
Para encerrar a introdução, o sacerdote, apresenta a Deus
as intenções e pedidos do povo, com as orações do Missal. A comunidade
presente responde Amém , que significa: sim, estamos de acordo, assim
seja, é isso que estamos pedindo.
Liturgia da Palavra
Durante a liturgia da palavra, os fieis, sentados, em
silêncio, ouvem com atenção a proclamação da Palavra de Deus.É por meio das
leituras que Deus fala ao nosso coração. Aos domingos, são feitas duas
leituras, em geral uma do Antigo e outra do Novo Testamento. Há domingos em que
são feitas duas leituras do Novo Testamento, conforme o tempo litúrgico. O
livro que se usa na missa e que contém as leituras chama-se Lecionário.
Continuando a liturgia da palavra, o sacerdote lê o
Evangelho referente àquele dia e todas as pessoas ficam em pé, em sinal de
respeito à Palavra de Deus.As paginas da Sagradas Escrituras contam as varias
etapas da Historia da Salvação, revivendo as maravilhas operadas por Deus em
seu povo. As leituras e o Evangelho constituem uma verdadeira “memória” que nos
faz reviver o pensamento e o ensinamento de Deus, alimentando-nos e
fortalecendo-nos espiritualmente.
Por isso, os leitores devem ler antes os textos, para
entenderem bem o seu sentido e poderem “proclamar” com clareza a Palavra de
Deus.
Após as leituras, o sacerdote faz a homilia, isto é o
comentário oral dos textos lidos, para que o povo possa compreender melhor as
mensagens ali contidas.
Encerrando a liturgia da palavra, nos domingos e festas o
povo “responde” à Palavra de Deus recitando o Credo, que é a nossa
profissão de fé, ou seja, ima afirmação de tudo aquilo que cremos.
E, finalmente, vem a oração dos fieis são breves
invocações preparadas ou espontâneas, para pedir a Deus em favor da Igreja, do
mundo da comunidade e de cada um em particular.
Liturgia eucarística
A palavra “Eucaristia” significa agradecimento. De
fato, na missa manifestamos nossa gratidão ao Pai que nos concedeu a salvação
por meio do sacrifício de Jesus.
A liturgia inicia-se com a apresentação das oferendas por
parte dos fieis ou dos coroinhas. O pão e o vinho são levados ao altar e, em
algumas igrejas, também outras ofertas simbólicas , como flores, ramos de
trigo, velas. A comunidade pode entoar um canto.
O coroinha deve ter cuidado de preparar todas as coisas
necessárias para esse momento; nada pode faltar e tudo deve estar à mão.
Nesse momento, todo o cristão deve “colocar” sobre o
altar sua própria vida, com alegrias e sofrimentos, para que se uma à vida do
próprio Cristo sacrificado.Com toda a assembléia em pé, em sinal de atenção e
respeitosa participação, segue-se a oração sobre as oferendas e, logo
depois, a oração eucarística, com seu prefácio. Esta oração é um longo
hino de agradecimento a Deus, que termina o “Santo”.
A assembléia ajoelha-se em sinal de respeito e veneração
e fica em profundo silêncio ou expressa louvor.
A longa oração eucarística, depois de pedir pela Igreja,
pelos vivos e pelos defuntos, encerra-se com um louvor a Deus Pai, a Jesus
Cristo e ao Espírito Santo (Por Cristo, com Cristo,em Cristo...). E todos
respondem: Amém !
Comunhão
A oração do pai-nosso inicia o rito da comunhão. A
assembléia, com os braços erguidos ou dando-se as mãos, em sinal de súplica e
agradecimento, manifesta ao Pai, com as mesmas palavras de Jesus, seus desejos
e suas necessidades.
Às pessoas que estiverem mais próximos de nós, damos o
abraço da paz, podendo deixar para o final, de acordo com o celebrante.
Finalmente, no solene momento da comunhão – que significa
“comum união”, isto é , uma união intima com Deus – o, sacerdote mostra-nos a
Eucaristia, que é o próprio Cristo Redentor. Com amor e respeito, estendemos a
mão ou a colocamos no peito, próximo do coração, para receber o corpo de
Cristo, o alimento de nossa vida.
Nesse momento, coroinha concentra-se e permaneça em silêncio. Se estiver
auxiliando o padre a dar comunhão aos fieis, fique bastante atento, numa
atitude de profundo respeito.
Terminada a comunhão em geral reservam-se alguns momentos
de silêncio para medição, oração, agradecimentos e pedidos particulares.
Ritos de Conclusão
Os ritos de conclusão da missa são muito breves: após uma
pequena oração, o sacerdote dá a benção final que, em algumas
solenidades e festas, pode ser particularmente solene. “Benzer” quer dizer
desejar coisas boas dizer as melhores palavras que somente Deus pode falar a
seus filhos.
A benção não é dada somente na missa. Ela pode ser pedida
e dada em qualquer circunstância, especialmente quando se tem necessidade
particular da proteção da proteção de Deus.
Na última frase da missa, o sacerdote diz: “Vamos em paz
e que o Senhor vós acompanhe”. Essa é uma frase muito significativa, na qual
nem sempre prestamos atenção, mas que quer dizer que Jesus não fica só na
igreja, aguardando nossa volta. E lê acompanha-nos sempre em nossa vida: em
casa, no estudo, no trabalho, na escola, na rua, quando estamos alegres ou
tristes, quando somos bons e maus.
Depois dessa despedida o sacerdote e os coroinhas
reverenciam o altar e a cruz e retornam para a sacristia. O povo canta um canto
de despedida e só então retira-se também da igreja.
E assim termina a liturgia da missa ou Eucaristia, mas a
tarefa e o compromisso do coroinha não terminam ai. É bom que ele se comporte
em casa como um bom filho e com irmão. Só assim viverá sempre sua intensa
amizade com Jesus.
Confirmação ou Crisma
Este sacramento, ministrado aos jovens com mais de
catorze anos, é chamado de Confirmação porque “confirma” os dons
recebidos no Batismo, tornando o jovem capaz de professar sua fé com coragem,
perseverança e firmeza.
Com esse sacramento, que é o compromisso adulto de
construir, com a força do Espírito Santo, o Reino de Deus, vivendo como Jesus
viveu, o jovem torna-se consciente de sua dignidade e de sua vocação de
“testemunha” de Cristo.
O Espírito Santo infunde no jovem crismando seus sete
dons: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de
Deus.
Os momentos do sacramento da Confirmação são os
seguintes:
v Renovação
das promessas do Batismo: o “sim” agora é consciente, dado pelo próprio
crismando (e não pelo padrinho, como no Batismo), confirmando que deseja
tornar-se um verdadeiro discípulo e testemunha de Cristo;
v Imposição
das mãos: ocorre por parte do bispo e dos presbíteros concelebrantes, invocando
o Espírito Santo;
v Unção
com o óleo do crisma: o bispo (que é quem ministra esse sacramento) unge a
testa dos crismandos, fazendo com o
santo óleo um sinal em forma de cruz.
Como já dissemos, o rito da
Crisma é celebrado pelo bispo no contexto da missa. E os coroinhas dela
participam, levando ao bispo, depois da homilia e da invocação do Espírito
Santo, os santos óleos, a mitra e o livro pontifical.
Terminado o rito da Crisma , a
missa continua até seu final.
A presença da comunidade é
muito importante. É ela que acolhe o bispo e crismandos. E toda a assembléia
celebra, participando também da graça do Espírito Santo dado aos confirmados.
Ordem
Já dissemos que, durante a
Última Ceia de Jesus, na tarde da Quinta-feira Santa, véspera de sua morte ,
ele instituiu a Eucaristia dizendo: “Façam isto em memória de mim”.
Mas quem deveria renovar para
sempre esta memória ? Naquele momento, evidentemente os primeiros discípulos,
que poderiam então ensinar, santificar e guiar os adeptos ao Cristianismo,
ministrando os sacramentos.
E depois dos primeiros
discípulos ? Todos os homens que quisessem ser “ordenados” presbíteros,
consagrando-se para o culto a Deus e para o serviço religioso do povo. Assim, os
bispos e os padres são hoje os sucessores dos apóstolos e representam Cristo, o
Bom Pastor, para perpetuar sua obra no mundo.
A Ordem se divide em:
v
Diaconato: Diácono significa “servidor”.
É aquele que ajuda o bispo e o sacerdote na celebração eucarística; proclama o
Evangelho; distribui a Eucaristia; e com a permissão do bispo pode ministrar
alguns sacramentos.
v
Presbítero: Presbítero é o sacerdote, o
padre. Este celebra a missa; perdoa os pecados; administra os sacramento do
Batismo e da Unção dos Enfermos; e tem responsabilidade de dirigir e formar o
“rebanho” de fieis que lhe foi confiado.
v Episcopado:
O bispo, sucessor dos apóstolos, é um sacerdote em sentido pleno: ministra
todos os sacramentos, em particular a Confirmação ou Crisma e a Ordem. O bispo
é sempre o “pastor” de um rebanho maior, que se chama diocese.
O presbítero (padre) é
sacerdote para sempre, por toda a eternidade, assim, como a pessoa que é
batizada e crismada.
Matrimônio (Casamento)
A vida dos seres humanos, é a
sua continuidade e preservação é um dom tão precioso que Deus quis confia-lo em particular a dois seres: um
homem e uma mulher.
Assim, o matrimônio é a união
do homem e da mulher que se amam. E a consagração do seu amor dentro de um lar,
responsabilizando-se ambos, consciente e livremente, pela vida que devem
guardar e desenvolver. Por isso, a instituição do casamento é sagrada, estável
e indissolúvel. E o amor que une o homem e a mulher que se casam expressa o
amor criador de Deus.
Desse modo, o homem e mulher casados tornam-se os maiores
colaboradores da obra criadora de Deus, assumindo a tarefa de educar os filhos
na fé, que são frutos de sua união e de seu amor.
Marido e mulher são, pois, os
ministros, isto é, responsáveis diretos pelo casamento, aceitando-se por toda a
vida. Eles realizam, por assim dizer, o “contato” que lhes conforme a graça do
sacramento.Quem preside o rito do sacramento não precisa de ser um padre. Ele
participa do rito como uma testemunha qualificada e oficial, que recebe o
acordo dos noivos e abençoa a união.
Assim como a Ordem, o
casamento também é um sacramento indissolúvel, quer dizer, permanece por toda a
vida até a morte. O sacramento do matrimônio dá ao homem e a mulher ajuda
espiritual par viverem juntos santamente, educando seus filhos na fé e
comprometendo-se a caminhar juntos pela vida.
Unção dos Enfermos
A dor e a doença são
experiências que todos podem compreender, mesmo que por elas não tenham
passado.
Jesus, quando veio ao mundo,
ficou com muita pena de todos as misérias humanas e por isso, curou e confortou
um número incalculável de enfermos . A respeito de Cristo, São Paulo escreveu:
“Ele carregou sobre seus ombros as nossas enfermidades”.
Quando, pois, uma pessoa tem
qualquer tipo de sofrimento , isso não significa que Deus a tenha
abandonando.Ele está presente também na pessoa que sofre.
O sacramento da Unção dos
Enfermos com os santos óleos é a união de nossos sofrimentos redentores de
Cristo uma comunhão profunda, dando-lhe novo conforto.
Quando o sacerdote unge as
mãos e a testa do enfermo, ele reza para que o Senhor lhe conceda a cura da
alma e, se for da sua vontade , também a cura do corpo , dando-lhe esperança,
paciência e confiança na aceitação da vontade do Pai.
A Unção dos Enfermos , tanto
quanto a confissão, cancela os pecados de quem estiver impossibilitado de
confessar-se por motivo de doença
São os seguintes momentos da
Unção dos Enfermos:
v
Imposição das mãos feitas pelo sacerdote , que
reza pelo enfermo;
v
Unção com o óleo dos enfermos: o sacerdote faz
uma cruz na testa e na palma das mãos do doente. A testa e a palma das mãos
representam toda a pessoa humana , que pensa e trabalha.
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