4 de fevereiro de 2013

Maria à Luz de São João Damasceno

Maria à Luz dos Escritos Patrísticos

Através dos primeiros escritos históricos, perceba como desde o princípio a mãe de Deus foi honrada como tal. Maria foi respeitada e honrada pelos cristãos que foram compreendendo e aprofundando os títulos encontrados no Evangelho. Que estes textos façam aumentar seu amor a Nossa Senhora.

11- São João Damasceno- Ano 730-740:

Considerado como o último dos Padres da Igreja no Oriente, irradia com seus escritos uma luz especial. A doutrina Mariana de São João é ampla, clara e a ele se deve a elaboração dos dogmas da Assunção da Virgem Maria e da Imaculada Conceição. Ele fala sobre os pais de Maria, testemunhando o culto dos santos e o respeito que sempre a Igreja tributou à Virgem Maria e à Sant'Ana e a São Joaquim. Pregando no santuário, situado junto aos restos da piscina Probática, que foi construído no século V, na casa de Joaquim e Ana, pais de Nossa Senhora. Eis alguns trechos seus:
"Posto que, a Virgem Mãe de Deus nasceria de Ana, a natureza não se atreveu a se antecipar ao germe da Graça, mas permaneceu sem fruto, até que a Graça produzisse o seu. Era conveniente, pois, que nascesse como primogênita aquela da qual havia de anscer o Primogênito de toda a criatura, em quem subsistem todas as coisas (Col 1, 15-17). Oh! Venturosa companheria, a vós está sujeita toda a criação! Por meio de vós, com efeito, ofereceu o Criador o melhor de todos os dons, ou seja: aquela augusta Mãe, a única que foi digna do Criador. Oh! felizes entranhas de Joaquim, da qual saiu uma descendência absolutamente sem mancha! Oh! seio glorioso de Ana, no qual pouco a pouco foi crescendo e se desenvolvendo uma criança completamente pura, e, depois de formada, foi dada à luz!" (Homilia I da Natividade de Maria, 2).
"Oh! casto casal, Joaquim e Ana! Vós, observando a castidade que prescreve a lei natural, fostes agraciados com dons que estão muito acima da natureza, já que colocastes no mundo aquela que, sem obra de varão, foi a Mãe de Deus."
"Vós, levando uma vida humana, piedosa e santa, tivestes uma filha superior aos anjos e que é agora Senhora dos anjos. Oh! Criança preciosa e cheia de doçura! Oh! Lírio ntre espinhos, gerado da nobre e régia estirpe de Davi! Por meio de ti a dignidade real se uniu a do sacerdócio. Por ti a lei foi transformada e se manifestou o espírito que antes estava oculto debaixo da letra, passando a dignidade sacerdotal da tribo de Levi para a de Davi... Bem-aventurados sejam as entranhas e o ventre de onde saíste; bem-aventurados os braços que te sustentaram e os lábios que se alegraram dando-te castos beijos, ou seja, os de teus pais unicamente, de modo que sempre guardarás a perfeita virgindade! Hoje, se iniciou a salvação do mundo. Enaltece o Senhor toda a terra. Cantando, alegrai-vos e entoai salmos. Levantai vossa voz. Levantai vossa voz, exultai de júbilo, não temais, porque hoje nos nasceu, na santa Probática (lar de Sã oJoaquim), a Mãe de Deus, da qual quis nascer o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (Homilia I da Natividade de Maria, 6).
"Maria não conheceu os tenebrosos caminhos que levam ao inferno, mas disposto para ela um caminho reto, plano e seguro em direção ao céu. Com efeito, se Cristo, que é a verdade e a vida, disse: Onde eu estou, ali estará também me uservidor (Jo 12,26), com muito mais razão, não devia morar com Ele sua própria Mãe? Assim como ela Lhe deu à luz sem dor, assim também sua morte esteve isenta de dores. Funesta é a morte dos pecadores (Sal 34, 22); daquela, ao contrário, em quem foi vencido o pecado, que é o aguilhão da morte, não teremos de dizer que a morte é princípio de uma vida superior e indefectível? Se em verdade é preciosa a morte dos santos do Senhor Deus dos exércitos, muito mais é o glorioso translado da mãe de Deus" (Homilia da Natividade de Maria, 3).
"É aqui que o Criador de todas as coisas recebe em suas mãos a alma sacrossanta que emigra daquele corpo, que é o receptáculo em que habitou o Senhor! Com razão quis Ele prestar esta honra àquela que, embora por natureza fosse sua escrava, por uma altíssima e inefável decisão de sua bondade, ao assumir verdadeiramente nossa carne, a fez sua mãe... Os coros dos anjos, segundo cremos, comtemplaram, oh! virgem, tua saída deste mundo, por eles ansiada..."
"Os anjos e arcanjos te transladaram. Ante teu tranlado os espíritos imundos, que voam pelos ares, se estremeceram de espanto. Com tua passagem o ar ficou abençoado e tudo foi santificado. O céu, com gozo recebeu tua alma. As potestades celestiais saíram ao teu encontro, cantando hinos sagrados com festiva alegria e expressando-se com estas ou parecidas palavras: quem é esta que sobe toda pura, surgindo como a aurora, formosa como a lua e brilhante como o sol? Oh! Que formosa és e toda cheia de suavidade! O Rei te introduziu em sua câmara, onde as potestades te escoltam, os principados te abençoam, os tronos entoam cânticos em tua honra, os querubins se maravilham e os serafins proclamam teus louvores, já que, por divina disposição, foste constituída verdadeira Mãe do Senhor" (Homilia I Da Assunção de Maria, 1.11).

João Damasceno ou João de Damasco 

(Nasceu em 675, Damasco-Síria /Morreu em 749, Mar Saba). Foi um monge e sacerdote sírio. Nascido e criado em Damasco, ele morreu em seu mosteiro, São Sabas, perto de Jerusalém. João Damasceno ainda jovem e ajudante do pai gozava de muitos privilégios financeiros, algumas fontes afirmam que serviu como administrador-chefe do califa de Damasco antes de sua ordenação. Mas ao crescer no amor ao Cristo pobre, deu atenção a Palavra que mostra a dificuldade dos ricos (apegados) para entrarem no Reino dos Céus. Assim, num impulso para a santidade, renunciou todos os bens e deu aos pobres. Preferiu São João uma vida de maus tratos ao se entregar as "delícias venenosas" do pecado.
Um polímata cujos interesses incluíam direito, teologia e música, ele escreveu inúmeras obras tratando de vários assuntos sobre teologia, dogmática, apologética, obras explicando a fé cristã e compôs hinos que ainda são utilizados na liturgia no cristianismo oriental por todo o mundo.
Ele é considerado como "o último dos Padres da Igreja" pela Igreja Ortodoxa e é mais conhecido por sua contundente defesa da veneração de ícones. Com escritos defendeu principalmente a Igreja contra 
os iconoclastas, que condenavam o uso de imagens nas Igrejas. A Igreja Católica o considera um Doutor da Igreja, geralmente chamado de "Doutor da Assunção" por causa de suas obras sobre a Assunção de Maria.
João morreu em 749 e foi logo reconhecido como santo. Em 1890 ele foi declarado Doutor da Igreja pelo Papa Leão XIII. Celebrado em 4 de dezembro. 

Devoção à Virgem das Três Mãos

Certa vez, os hereges prenderam São João e cortaram-lhe a mão direita a fim de não mais escrever. Impedido de escrever, João Damasceno, em lagrimas e súplicas, implora a intercessão da Virgem Maria para que tenha sua mão restituída e assim continuar defendendo a Sã Doutrina, através de seus escritos.
João Damasceno adormece e no seu sono profundo é acordado por uma voz feminina a dizer-lhe: “Meu filho tua mão está curada, faze dela o uso conforme prometestes”. Quando olhou, encheu-se de espanto e entre hinos e louvores exaltava a misericórdia de Deus e a bondade da Ssma. Virgem Maria.
Foi através de sua obra teológica que teve inicio a teologia Mariana, e foram também inúmeras orações, hinos, homilias e poesias que dedicou a Nossa Senhora.
Em reconhecimento e gratidão a Virgem Maria, João Damasceno comprou prata, com a qual mandou esculpir a mão em posição de súplica e agradecimento. Colocou-a na parte inferior de um ícone da Virgem Mãe, que passou a ser chamada de a: Virgem das Três Mãos.
É a padroeira dos injustamente acusados e condenados e é uma devoção conhecia na Estônia.
Tão logo o Califa soube do acontecido, reconhecendo a intervenção divina na defesa de João Damasceno, pediu-lhe perdão e a paz voltou a reinar. 

Seu amor a Mãe de Jesus foi tão concreto que foi São João quem tornou presente a doutrina sobre a Imaculada Conceição, Maternidade divina, Virgindade perpétua e Assunção de corpo e alma de Maria. Este filho predileto da Mãe faleceu em 749, quase centenário.

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