O czar Nicolau, que há cem anos governou o império russo, foi um dos homens mais sanguinários. A sua crueldade arrancou a vida a milhares de filhos da Igreja Católica; maior, porém, foi o número dos que tiveram uma morte lenta nos trabalhos forçados e nos horrendos cárceres do clima horrível da Sibéria.
Entretanto, diante dos reis europeus e sobretudo diante do Soberano Pontífice, fazia sempre alarde de sentimentos religiosos e humanitários. Indo a Roma, o poderoso e sanguinário czar foi recebido em audiência por sua Santidade o Papa Pio IX. O Pontífice perguntou-lhe como tratava os católicos. E o czar, com a mais vil hipocrisia, respondeu:
- Muito bem, Santíssimo Padre.
Não pôde o Papa sofrer a vileza daquele coração traidor. Levantou-se de seu trono, fitou o poderoso imperador com majestosa dignidade e com voz forte e enérgica disse:
- Mentis!
O imperador russo não pôde conservar-se em pé; ficou com que aniquilado... e saiu dali aterrado, como se uma tempestade tivesse estalado sõbre sua cabeça e o fogo de um raio o ameaçasse. Desceu ràpidamente as escadas do Vaticano e foi ocultar-se no palácio em que se hospedava.
Também a vós, milhares de cristãos... também a vós, milhares de católicos... pergunta o vigário de Jesus Cristo:
- Amais a Jesus Cristo?
E respondeis com hipócrita serenidade:
- Amamos!
- Mentis! vos dirá o Papa e com razão, pois:
Não sois vós que profanais os dias santos de guarda?... Não sois vós que abandonais a oração e os Sacramentos?... Não sois vós que desprezais os Mandamentos divinos?...
E não mentis aos homens, mas a Jesus Cristo... ao próprio Deus!...
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