
Nas palavras que lhes dirigiu antes da oração, Bento XVI, tal como fizera já na homilia da manhã, deteve-se sobre a história e o significado da festa da Assunção de Nossa Senhora ao Céu, uma solenidade comum tanto à Igreja do Ocidente como do Oriente.
Na Igreja católica – disse – foi no ano de 1950 que o Papa Pio XII proclamou o dogma da Assunção. Mas esta celebração é muito mais antiga: já em finais do século IV muitos autores falam de Maria na Gloria de Deus em corpo e alma e, em meados do século V, com o Concílio de Éfeso, em 431, a festa da Mãe de Deus (Theotokos) consolida-se em Jerusalém e passa ser conhecida como festa da dormição, da passagem, do transito, da assunção de Maria, ou seja a celebração do momento em que Maria sai do cenário deste mundo, glorificada de corpo e alma, para o Céu, em Deus.
Para compreender o significado da Assunção – disse ainda o Papa – devemos olhar para a Páscoa, grande mistério da nossa Salvação, passagem de Jesus para a Glória do Pai através da paixão, morte e ressurreição. Maria que gerou o Filho de Deus na carne é a criatura mais inserida neste mistério. A sua assunção ao Céu é, portanto, o mistério da Páscoa que se realiza plenamente nela. Ela está intimamente ligada ao seu Filho ressuscitado – afirmou o Papa recordando que isto toca-nos também a nós: “MAS A ASSUNÇÃO É UMA REALIDADE QUE NOS TOCA TAMBÉM A NÓS PORQUE NOS INDICA DE FORMA LUMINOSA O NOSSO DESTINO, O DA HUMANIDADE E DA HISTÓRIA. EM MARIA, CONTEMPLAMOS, COM EFEITO, AQUELA REALIDADE DA GLÓRIA A QUE CADA UM DE NÓS É CHAMADO EM TODA A IGREJA.”
O Papa deteve-se depois na leitura do Evangelho da missa desta solenidade da Assunção, em que São Lucas fala da visita de Maria a Elisabete, momento em que Nossa Senhora é proclama bem aventurada entre as mulheres porque acreditou nas palavras do Senhor, e no canto do Magnificat transparece toda a sua produnda fé. Ela coloca-se, portanto, entre os pobres e humildes que não se estribam unicamente nas suas forças, mas confiam-se a Deus. E o Papa acrescentou: “SE A ASSUNÇÃO NOS ABRE AO FUTURO LUMINOSO QUE NOS ESPERA, CONVIDA-NOS TAMBÉM, COM FORÇA, A CONFIARMO-NOS AINDA MAIS A DEUS, A SEGUIR A SUA PALAVRA, A PROCURAR E A REALIZAR, TODOS OS DIAS, A SUA VONTADE: É ESTA A VIA QUE NOS TORNA “BEM-AVENTURADOS” NA NOSSA PEREGRINAÇÃO TERRENA E NOS ABRE AS PORTAS DO CÉU.”
O Papa concluiu citando o Concilio Vaticano II, segundo o qual Nossa Senhora continua com as suas intercepções a obter graças e a cuidar com materna caridade dos irmãos do Seu Filho ainda peregrinos nesta terra até que sejamos conduzidos à Pátria beata”
Depois da oração do Angelus, Bento XVI saudou os peregrinos, alegres e atentos às suas palavras, em várias línguas, entre as quais o português:
“Saúdo cordialmente os fiéis brasileiros de Umuarama e Paranavaí e demais peregrinos de língua portuguesa, sobre cujos passos e compromissos cristãos imploro, pela intercessão da Virgem Mãe, as maiores bênçãos divinas. Deixai Cristo tomar posse da vossa vida, para serdes cada vez mais vida e presença de Cristo! Ide com Deus”
Ainda antes de falar em português, ao saudar os peregrinos de língua inglesa, o Papa referiu-se aos vindos da Nigéria, Gana e Burkina-Faso, exprimindo o desejo de que o exemplo e as orações de Nossa Senhora, rainha dos Céus inspire e apoie a sua peregrinação de fé.
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