1 de setembro de 2012

A Santa Alegria

Uma das causas do afastamento de Deus pelas pessoas é a sensação de que a vida cristã é triste e que as alegrias acontecem somente após a morte do corpo. Realmente, se os cristãos não tiverem esperança na alegria celestial, da alma após a morte, nada nos alegraria nesta terra. Que sentido teria a vida se a morte fosse realmente o fim de tudo? Uma das formas de esquecer esse triste destino seria nos embriagando de diversas formas, assim como muitos fazem.
A alegria é uma virtude que deve ser alcançada pelos Cristãos, a fonte dessa virtude é a Esperança, nascida da fé.
A alegria é remédio para dores do corpo e refrigério para as da alma, o verdadeiro sábio aprecia uma boa piada, o místico que deseja a perfeição, consegue rir de si mesmo.
A sábia Doutora da Igreja, tão considerada por sua espiritualidade Santa Teresa D´Avila, é famosa também pelo bom humor com que tratava os que conviviam com ela, uma das historias sobre sua vida conta que ao ser retratada em uma pintura por Frei João, olhando o resultado exclamou:” Deus te perdoe, que me pintasse tão feia...!”
Nossa natureza por si só nos impulsiona a perceber quanto somos engraçados: celestiais como os anjos e terrestres como o mais simples e rastejante de todos os animais. Aspiramos a Deus em nossa alma, e a uma bela feijoada para saciar nosso corpo. Quão contraditório e engraçado é o ser humano. Esse foi o homem criado por Deus a sua imagem e semelhança. Esse Deus que manifesta o mais sincero e terno amor pela sua criação.
Cristo é a revelação máxima de Deus, através de suas palavras e gestos conhecemos o Pai. “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14,8). E Jesus tinha plena e ricamente todas as qualidades humanas, principalmente a inteligência e os sentimentos. Jesus era a simpatia em pessoa, atraia todos para Ele. Podemos reconhecer o bom humor em diversas passagens de sua vida contadas nos Evangelhos, uma das que melhor expressa essa realidade é a passagem dos discípulos de Emaus, que andavam tristonhos pelo caminho, quando o Senhor glorioso e ressuscitado passa a caminhar com eles até seu destino, não sendo reconhecido, passa a “ingenuamente” perguntar-lhes sobre o ocorrido, foi um amável jogo. Ainda ameaçou continuar o caminho após a chegada no destino, fazendo os discípulos “cegos” insistirem para que ficasse aquele amável ingênuo que estava alienado de fatos tão importantes. Este “ingênuo” era nada mais que o próprio Senhor a quem eles choravam pelo caminho. Leiam esta passagem com este olhar Lucas 24, 13-33.
Por mais que sinta-se o mais miserável de todos os pecadores, arrepende-te deles, os chore. Mas de Ti próprio, não Chore, não se entristeça. Ri de contente, Ri de humildade, e recomece com ânimo maior que antes. O Senhor vive e está contigo.
"Ao qual, não o havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso;" [1Pe 1:8]

Claudia Moraes

Fontes:
Obras completas de Santa Teresa D´Avila,
Bíblia Sagrada,
Livro O Bom Humor – Hugo de Azevedo – Editora Quadrante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário