Há pouco tempo escrevi um texto condenando a Teologia da Libertação infiltrada na Pastoral da Juventude. Mas não é a primeira vez que deploram o aspecto revolucionário e marxista das reuniões deste grupo. Na diocese de Nova Iguaçu – velha conhecida por dar lamentáveis demonstrações de heterodoxia edesrespeito à Liturgia -, podemos ver um exemplo clássico de como a luta de muitos movimentos na Igreja deixou de ser um combate espiritual para refletir tão somente a dimensão do materialismo, da “justiça social”, da preocupação com este mundo. Abaixo, a imagem de uma chamada no jornal “Caminhando”, sobre o 1º Encontro de Militantes (!) da Pastoral da Juventude do Meio Popular.
Os jovens desta pastoral católica se reuniram para fazer “uma análise crítica da realidade social, política e econômica do país hoje” e para “identificar os principais desafios postos atualmente para as lutas sociais”. Mas a pequena reportagem não menciona, em nenhum instante, a palavra “oração”, “silêncio”, “meditação”, “louvor”, “espiritualidade”… E sabe por quê? Porque a Teologia da Libertação, marxista, é ateia, não havendo espaço, portanto, para uma relação vertical (entre Deus e o homem), mas unicamente para a articulação revolucionária, para o engajamento social, para a discussão política. Não há dúvida: esta militância que exalta “Cristo Libertador”, mas fica presa nas coisas terrenas, não é católica. São Paulo pede que trabalhemos em nossa salvação “com temor e tremor” (Fp 2, 12). Mas como fazer isto se estamos mais preocupados com a “Ação Transformadora na Sociedade” do que com o nosso lugar no mundo vindouro? A Igreja pede que o apostolado desenvolvido em seu interior preze pela salvação das almas. Mas como fazer isto se estamos mais preocupados com a “realidade social, política e econômica do país” do que com a vida interior, com a oração e recepção dos Sacramentos?
Não. Esta Teologia materialista não pode ser aceita, sem que cause grande estrago. E o novo Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o Arcebispo alemão Gerhard Müller, é da mesma opinião. Em entrevista concedida a L’Osservatore Romano, o prelado foi categórico: “Uma mistura da doutrina de uma auto-redenção marxista e a salvação doada por Deus, deve ser rechaçada.” Dom Müller fez questão de mencionar ainda a importância da doutrina social católica na reestruturação da Europa, na segunda metade do último século. “Como cristãos devemos sublinhar que do cristianismo é que os valores de justiça, solidariedade e dignidade das pessoas foram introduzidos nas nossas Constituições.”
Para falar de justiça social, o Cristianismo não precisa recorrer nem a Karl Marx, nem a Che Guevara nem a nenhum líder revolucionário do nosso tempo. Temos o testemunho de Cristo, dos mártires, dos confessores, dos santos doutores e de inúmeros missionários que deram a própria vida em favor dos pobres e oprimidos.Ninguém duvida de que a bem-aventurada Madre Teresa de Calcutá fez muito mais pelos pobres do que qualquer fanático socialista. Portanto, que também ninguém duvide da força da graça que atua na Igreja, do poder que tem o apostolado católico, preocupado tanto com a espiritualidade quanto com as obras de misericórdia corporais.
Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!
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