1 de agosto de 2012

O Motivo do Nosso Cantar



Eu sei que quase ninguém vai ler tudo, até o final, mas vale tentar....

O motivo do nosso cantar

Des­culpe retor­nar, mas pes­qui­sei e vi que a Irmã Míria T. Kol­ling escre­veu este artigo que penso ser muito valido para o momento, vejamos:
Santo Agos­ti­nho afir­mou, certa vez: “Se que­res saber o que cre­mos, vem ouvir o que cantamos”.
O mesmo santo nos diz que “Can­tar é pró­prio de quem ama”. E ainda: “Can­tar é rezar duas vezes”.

Estas três afir­ma­ções bas­ta­riam para fun­da­men­tar o porquê do nosso canto na litur­gia. Can­ta­mos por­que ama­mos. Can­ta­mos por­que cre­mos. Can­ta­mos por­que o Senhor é a nossa Festa. A Litur­gia é uma festa. E não há festa sem música. Daí a impor­tân­cia do canto nas nos­sas cele­bra­ções. Não um canto qual­quer, ape­nas como enfeite ou algo secun­dá­rio, mas como parte inte­grante da cele­bra­ção, por isso é um canto cha­mado litúr­gico, minis­te­rial, que está em fun­ção da Pala­vra e do Mis­té­rio cele­brado, cujo cen­tro é sem­pre Jesus Cristo, nossa Pás­coa, isto é, sua vida, pai­xão, morte e res­sur­rei­ção, à luz do qual vive­mos tam­bém nos­sas mor­tes e ressurreições.
Des­ta­ca­mos, a seguir, algu­mas razões for­tes, fun­da­men­tais, cita­das em docu­men­tos da Igreja, sobre o motivo do nosso can­tar, na comu­ni­dade cele­brante, com a par­ti­ci­pa­ção de toda a assembléia:

1. O canto é um dos meios mais efi­ca­zes e peda­gó­gi­cos para a for­ma­ção cristã e litúr­gica, pes­soal e da assembléia.
2. O canto é cami­nho para o encon­tro entre o homem e Deus. Tem força de trans­for­ma­ção, por­que toca as pro­fun­de­zas da alma, as fibras mais ínti­mas do nosso ser.
3. Can­tar em comum pro­duz união, cria sin­to­nia, soli­da­ri­e­dade e comu­nhão entre os par­ti­ci­pan­tes. Enquanto can­tam as vozes, unem-se os cora­ções, expres­sando a mesma fé, soli­di­fi­cando a fra­ter­ni­dade, apro­fun­dando e cele­brando o amor.
4. O canto nos ajuda a sair de nós mes­mos, para irmos ao encon­tro do outro, fazendo-nos menos indi­vi­du­a­lis­tas e mais comu­ni­tá­rios. Dei­xa­mos o eu, para assu­mir o nós.
5. O canto é sinal e sím­bolo da poli­fo­nia da vida, onde somos tão dife­ren­tes, cada qual com seus dons, sua voca­ção e mis­são, mas todos uni­dos no mesmo coro, numa só voz, onde Deus é o nosso “Canto Firme”, que nos sus­tenta e faz cantar.
6. Por isso é tão impor­tante que toda a comu­ni­dade par­ti­cipe do canto e não ape­nas um pequeno grupo. Diz o docu­mento da Igreja sobre a Música Sacra, que ”Nada há de mais fes­tivo e mais grato nas cele­bra­ções do que uma assem­bléia que, por inteiro, expresse sua fé e sua pie­dade atra­vés do canto.”
7. A Litur­gia sem­pre foi mar­cada pelo canto. Basta lem­brar os Sal­mos, no Antigo Tes­ta­mento. Jesus Cristo can­tou os sal­mos, entoou hinos e ale­luias com os após­to­los, sendo Ele mesmo o Can­tor do Pai e nossa Música da vida. Tam­bém os pri­mei­ros cris­tãos sem­pre deram razão de sua espe­rança, atra­vés do canto que brota da vida, ora como grito e súplica, ora como lou­vor e ação de gra­ças, ora como acla­ma­ção e ale­luia. Deus é a fonte e a razão do nosso canto e do nosso louvor.
8. A música, pela sua­vi­dade da melo­dia, pela har­mo­nia das vozes, pela força do ritmo e dos sons, expressa melhor o Mis­té­rio de Deus e as ver­da­des da nossa fé. Uma coisa é falar­mos, por exem­plo, “Senhor, tende pie­dade de nós”, mas bem outra é can­tar uma melo­dia supli­cante, expres­sando o pedido de per­dão, pois no dizer do poeta, enquanto can­ta­mos, pro­nun­ci­ando as pala­vras, o Espí­rito Santo semeia luz e graça nos corações.
9. “Pou­cas coi­sas são tão pró­prias para exci­tar a pie­dade nas almas e inflamá-las com o fogo do amor divino como o canto” (Santo Agos­ti­nho). E Santo Ambró­sio, outro can­tor e com­po­si­tor de hinos reli­gi­o­sos, com­pleta bem: “Na ver­dade, não vejo o que os fiéis podiam fazer de melhor, de mais útil, de mais santo, do que can­tar”, quando reu­ni­dos na igreja para cele­brar o Senhor.
10. O impor­tante Estudo da CNBB n.º 79 dá 4 razões fun­da­men­tais do nosso can­tar na Celebração:
a) Razão teo­ló­gica — cele­brar a ação de Deus em nossa vida, como res­posta gene­rosa e con­fi­ante ao seu amor por nós.
b) Razão cris­to­ló­gica — cele­brar o Mis­té­rio Pas­cal do Senhor Res­sus­ci­tado entre nós.
c) Razão pneu­ma­to­ló­gica — can­tar no Espí­rito, pois não só can­ta­mos para Deus, mas em Deus, no seu Espírito.
d) Razão ecle­sui­o­ló­gica — can­tar e cele­brar em comu­ni­dade. A comu­ni­dade faz o can­tar, e o can­tar faz a comunidade.

Can­te­mos, pois, a vida, a fé, o amor! Deus é a razão do nosso can­tar, e é Ele mesmo o nosso CANTO!
Apro­vei­tem este artigo!

Pe. Nei Nelson

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