1 de janeiro de 2011

1° DE JANEIRO: REFLEXÃO

Cidade do Vaticano, 1° jan (RV) - Neste início do ano, a liturgia da Solenidade de Maria Mãe de Deus inicia com um texto sobre bênção. Abençoar significa invocar sobre alguém ou alguma coisa a proteção, a vida, a paz, enfim, o favor de Deus. Sua força não depende de quem a invoca, mas do poder e da vontade de Deus, o parceiro do homem!
É importantíssimo alertar que bênção não é sinônimo de magia. Ela significa que os homens abençoados terão as mesmas dificuldades, os mesmos contratempos dos não abençoados, contudo eles terão a luz da fé para enfrentar as adversidades e, como diz São Paulo, entenderão que: “tudo colabora para os que estão no benquerer de Deus”.

Javé abençoa e guarda; Javé manifesta sua graça e benevolência, a plenitude de bens; Javé dê a paz.
No Natal falamos muito da paz, de Jesus é o Príncipe da Paz e neste 1º dia do ano celebramos o Dia Mundial da Paz. A última invocação da tríplice bênção do dia de hoje invoca sobre o abençoado a paz.

No Evangelho Lucas nos apresenta Maria como aquela que reflete, que discerne, ao dizer que ela “guardava todos esses fatos e meditava sobre eles em seu coração”. Quanta sabedoria! Quantas energias não pouparíamos e quanto tempo não ganharíamos se aprendêssemos com Nossa Senhora a refletir sobre os acontecimentos, sobre o que nos falam, sobre nossas expectativas e a reação das pessoas! Quantos momentos de paz não teríamos vivido se refletíssemos sobre os acontecimentos de nosso dia a dia e, neles, discerníssemos a ação de Deus, mesmo através de fatos obscuros!
Na visita ao menino Jesus, os pastores encontraram um casal José e Maria e seu bebê, Jesus. Nada de extraordinário, mas exatamente por causa do anúncio do Anjo viram, na simplicidade do Menino, alguém do jeito deles, o Salvador deles, o Deus conosco. 

A imposição do nome Jesus, Javé Salva, certifica de que ele veio para salvar não apenas os pastores, o povo judeu, mas a humanidade inteira, sempre privilegiando os pobres e marginalizados; Queiramos ou não, o Verbo poderia ter-se encarnado como rico, classe média, onde e como lhe aprouvesse. Contudo, foi como pobre, com os pais em trânsito, excluído de um teto, usando emprestada como berço uma manjedoura que ele quis vir ao mundo e desse modo quis viver seus 33 anos e morrer, também excluído, fora da cidade, entre dois mal feitores, como malfeitor e sendo executado com a morte adequada aos escravos que deveriam ser castigados. E é desse modo que ele salva todos nós e nos inclui no número dos redimidos, dos eleitos, dos filhos de seu Pai.
Uma vez filhos de Deus, pelo sangue de Jesus, vivamos como tal. Esse convite nos é feito por São Paulo na segunda leitura.
Quis são as formas de escravidão que existem em nosso mundo e nos deixamos cativar? O que fazer para não perdermos nossa identidade de homens livres, de filhos de Deus? Certamente sermos irmãos de todos, lutarmos não apenas pela solidariedade, mas pela fraternidade irá nos assegurar a dignidade real recebida no dia de nosso batismo, no dia de nosso resgate. Além do mais somos da paz e a paz só existe quando a justiça é realizada.
Ao lutarmos pelo bem comum, pela justiça, lutamos pela paz e sinalizamos que somos filhos do Pai, irmãos de Jesus, o Príncipe da Paz e, na verdade, lutamos pela instauração do Reino de Deus, Reino de Justiça, do Amor e da Paz.

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