Domingo, abriremos a Semana Santa com a procissão de Ramos que marca a entrada de Jesus em Jerusalém. Diante da perspectiva do terrível sofrimento que se seguirá, o modo de Jesus agir nos deixa um tanto perplexos: por que Ele preparou sua entrada em Jerusalém, embora de forma tão simples, mas solene? O que suscitou naquele povo tanto entusiasmo e tantas demonstrações de respeito e de apreço, ao acompanhá-lo rumo à Capital? Finalmente, nós nos perguntamos: Quais as melhores lições que podemos tirar deste episódio? Jesus quis manifestar publicamente o que Ele já tinha afirmado em particular: ser o Messias esperado. Contudo, Ele faz uma entrada completamente diferente da que era costume em Jerusalém, ou em outras grandes cidades. Em Roma, por exemplo, o retorno dos conquistadores vitoriosos, ou a chegada de alguém muito importante eram verdadeiros festivais de ostentação. Jesus vem, mansamente, montado num jumentinho, talvez saudando à direita e à esquerda, à medida que o povo colocava os mantos, ramos de oliveira e ostentava palmas, para homenageá-lo. Não foi uma entrada triunfal, no sentido profano. Evidentemente, esta é uma imagem profética, conforme o próprio Evangelho de São João registra: “Tendo Jesus encontrado um jumentinho, montou nele, segundo o que está escrito: ‘Não temas, filha de Sião, eis que vem o teu Rei montado num filho de jumenta’ (Zc 9,9)” (Jo 12,14-15). Se Jesus tivesse manifestado, claramente, sua messianidade aos Judeus, a maioria o teria rejeitado. Sua figura contrariava a expectativa deles sobre o Messias: esperavam um libertador político, aquele que iria restaurar o esplendor da realeza davídica. É claro que essa idéia se chocava, essencialmente, com o que Jesus afirmou sobre sua missão. Ele veio para nos revelar o Mistério de Deus: do Pai, que o envia ao mundo, de si próprio como seu Filho, nosso Salvador, e do Espírito Santo, Consolador e Mestre da Verdade. Abrindo-nos as portas a essa comunhão divina de amor, Jesus também nos ensina o caminho da verdadeira caridade fraterna. Ele é, de fato, o Libertador, não no sentido político, mas no sentido pleno de nos anunciar e proporcionar a Salvação: “E Jesus dizia aos Judeus que nele creram: ‘Se permanecerdes na minha palavra, sereis meus verdadeiros discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará’”. E acrescenta:“Se o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres” (Jo 8,31-32.36). Aqueles que o ovacionaram, às portas de Jerusalém, ainda não haviam adentrado o Mistério de sua Pessoa, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. A princípio, reconheceram nele um grande curador, alguém cuja singularidade o destacava dentre os demais.
Fonte: www.dalmoradimack.blogspot.com
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